sábado, 26 de maio de 2012

Gotas ao Tempo


            Escrevi ao longo das eras, dei formas e cores aos telados brancos e virgens. Com o grafite suave dei acabamento às toscas formas. Compus o som que embalou a minha viagem. O sopro do vento se encarregou de cantar no primeiro momento, até quando a água e a luz passaram a acompanhá-lo. A música era ouvida por entre os vales, cobertos de verde esmeralda.
            Gotas de sangue escorreram pelo tecido, impregnaram as fibras trançadas na paisagem, e pode-se ouvir batidas suaves. Eu acho que era o som de um coração batendo. Derramei gotas, doei parte da minha vida, o calor aqueceu a terra. A felicidade ia na frente abrindo passagem, o amor vinha afagando os novos caminhos. Era novo. Era diferente. Era o meu lugar.

domingo, 6 de maio de 2012

Supermoon

Engraçado. Ontem foi noite de supermoon. Lua 14% maior vista na Terra e com até 30% a mais de brilho.
Confesso que foi uma das luas mais bonitas que já havia visto até então.
Se pensarmos bem, podemos olhar a lua quase todos os dias, acompanhar sua mudança de fase e apreciar sua beleza sempre.
Mas o que havia de tão interessante na supermoon de ontem? Quase nada. O que muda, é que as pessoas não percebem a beleza que as cerca diariamente (e digo isso por mim também), mas somente quando há algo de diferente. Deixamos passar pequenos detalhes pelas nossas vidas e não damos a mínima importância.
            Confesse, quantas vezes você já havia parado para contemplar a beleza da lua neste ano: uma? Duas? Nenhuma?!
            Mas todos falaram, a televisão noticiou, fotografias foram tiradas, enfim, quem sabe muitos dos que tanto comentaram, só percebam uma das belezas da vida no ano que vem, na próxima supermoon.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Não me proíba de escrever


“In the deepest hour of the night, confess to yourself that you would die if you were forbidden to write. And look deep into your heart where it spreads its roots, the answer, and ask yourself, must I write?”

“No escuro da noite, confessa a ti próprio que morrerias se te proibissem de escrever. Procura a resposta nas profundezas do teu coração, no lugar onde as suas raízes se estendem, e pergunte-se: preciso de escrever?”

Rainer Maria Rilke



Eu quero dizer. Eu quero escrever.
Eu quero que sintas, experimente.
Saboreie as palavras, as sílabas, o verbo, 
O palavrear, o discursar, o demonstrar.

São estações, são amores, é meu sangue no papel.
Corre rapidamente pelas linhas em branco.
Dá vida às células da imaginação. Exprime os
Mais bonitos sentimentos, os mais nobres.

Não me proíba de escrever.
Censurar-me? Por que não?
É um direito de cada um.
Mas a minha mente, a vida que corre nela
Não pode criticar, não pode acorrentar.

É a vida que vive em mim.
É o amor não correspondido,
É a companhia dos amigos.
É um sonho. É uma realidade.