segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Queimadura

Sentir a pele ardendo, latejando e nada do que se tente fazer, faz a dor incômoda passar. É um ferimento inesperado, que acontece depressa e que traz consequências duradouras, deixando marcas que jamais desaparecerão. Após a dor, vem o processo de renovação, de uma parte que não será mais a mesma de antes, mas em sua essência continuará igual.

Posso dizer que as pessoas passam por muitas queimaduras durante suas vidas. Não falo aqui das lesões físicas, mas sim daquelas que não são visíveis aos olhos. Quando perdemos alguém que amamos, seja por uma morte ou mesmo por uma despedida, é como se a dor fosse igual àquela causada pelo fogo, pelo calor. É algo contínuo e pulsante. Não conseguimos aliviar a dor imediatamente, é necessário muito tempo para que tudo volte ao normal.

A dor vai passando aos poucos, seguida de um processo de renovação, a pele vai se renovando, os sentimentos se reavivando, porém nada volta a ser como antes. Agora algo está faltando. Algo está diferente. Ficam cicatrizes, marcas de uma transformação intensa, forçada. Nos adaptamos, é claro. é oriundo do ser humano acostumar-se às novas coisas, às novas situações, mas sem esquecer do que foi vivido, sem esquecer da dor sentida, mesmo que se passem muitos anos.



O processo vivido é muito dolorido, traz novas características, sem mudar a essência, o principal. Traz a jovialidade e novas oportunidades. Mas o risco, esse sim, continua o mesmo de antes, podendo acontecer novamente e recomeçar o ciclo de mudanças, podendo ser para melhor ou pior.

Nenhum comentário:

Postar um comentário